fiquei muito triste com a parvoíce que se passou ontem com o candidato e cabeça de lista do BE (bloco de esquerda), é incrível como se pode perguntar coisas tão idiotas e depois publicar como se fossem notícias interessantes.
É um choque, estas eleições têm se mostrado com falta de nível na discussão e agora para cúmulo há jornalistas que deram uma de cuscas-porteiras-curiosas-metidas-na-vida-familiar-dos-candidatos, é triste!
para ilustrar o que digo aqui fica o artigo no Público com o eco desses dislates…
http://jornal.publico.pt/2004/06/07/sotexto/Nacional/P01.html
Miguel Portas Diz Que o Irmão “É Um Mal Amado Deste Governo”
Por MARIA JOSÉ OLIVEIRA
Segunda-feira, 07 de Junho de 2004
Primeiro, suspirou. Depois, admitiu: “É verdade que ele [Paulo Portas] é um mal amado deste Governo, mas eu duvido que haja bem amados neste Governo.” Numa breve explicação sobre a “dimensão pessoal às vezes um pouco incómoda”, resultante das constantes interpelações sobre o seu irmão, o cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE), Miguel Portas, acabou ontem por assumir mesmo uma certa defesa do CDS/PP. Reconheceu que existe uma diabolização deste partido, ao afirmar que o ministro da Defesa, Paulo Portas, é “o elo fraco” da coligação governamental. “É talvez o elo fraco de um Governo globalmente muito mau e que tem um principal responsável, que é o primeiro-ministro”, defendeu.
Instado a justificar a afirmação, o candidato ao Parlamento Europeu (PE) respondeu: “O primeiro-ministro é um. E isto é uma realidade.”. O facto de o CDS-PP ser, porventura, o principal alvo das críticas das candidaturas da oposição suscitou a Miguel Portas ainda um outro comentário: “Esta ideia de que há uma parte boa neste Governo que é a maioria e uma parte má que é a minoria é uma ideia que só ajuda um mau Governo”, disse, apontando ainda o dedo a Durão Barroso por este querer alegadamente converter as eleições europeias numa “eleição para a União Nacional de triste memória”. Miguel Portas respondia, assim, à questão lançada pelo primeiro-ministro sobre a eventual colaboração dos futuros euro-deputados com o Governo. “Esta não é uma eleição para a União Nacional de triste memória”, arguiu, asseverando que os bloquistas não são “colaboracionistas”.
Miguel Portas falava em Salvaterra de Magos (o único município bloquista, presidido por Ana Cristina Ribeiro, ex-militante da CDU), onde a campanha do BE decorreu com a distribuição de propaganda pelos cafés e esplanadas da vila.
Troca de insultos com Graça Moura
Os bloquistas ainda não haviam feito qualquer referência ao candidato número dois da coligação Força Portugal, Vasco Graça Moura, tendo reservado para a noite de anteontem a alusão ao “defensor público da pena de morte”, como o apresentou Miguel Portas num comício realizado na Incrível Almadense.
As declarações foram breves, mas incisivas, com o candidato do BE a designar Graça Moura como alguém que “é capaz de fazer um discurso de racismo e xenofobia que faria quase envergonhar a extrema-direita em Portugal”. A guerra no Iraque – “a primeira grande mentira deste século XXI”, clamou – deu o mote para alvejar Graça Moura: “[A guerra] começou nas armas, continuou nas elocubrações grotestas de Vasco Graça Moura e acabou nas fotografias das torturas em Abu Grahib.”
Já ontem, Vasco Graça Moura negou ser a favor da pena de morte e classificou a acusação do BE como “conversa de coscuvilheiras sem categoria”. Durante uma visita à feira nacional da Agricultura em Santarém, Graça Moura contra-atacou o BE dizendo que “fazia melhor em condenar as sevícias que alguns dos seus apoiantes praticaram em 1974 e 1975 em Portugal e que ultrapassaram, provavelmente, a dos soldados americanos no Iraque”. E, citado pela Lusa, conclui: “Mas como o BE só vive em indignidade não se pode esperar essa atitude.”
A intervenção de Miguel Portas no comício de Almada, ao qual assistiram cerca de centena e meia de pessoas, distinguiu-se ainda com um outro novo elemento: decorrida uma semana de campanha oficial, foi a primeira vez que o candidato falou na eventual eleição de dois deputados do Bloco para o PE, ainda que de uma forma mais ou menos evasiva. “Em Estrasburgo, um deputado, ou dois deputados do Bloco de Esquerda, aqueles que os eleitores entenderem que o Bloco merece…”.
Positivo
Fernando Rosas confirmou, uma vez mais, os seus dotes de orador no comício na Incrível Almadense. Mais: ainda apelou aos seus camaradas bloquistas para não baixarem os braços e não cederem ao cansaço durante esta semana, que pode ser decisiva para o Bloco.
Negativo
Onde é que pára o candidato António Tabucchi? A inclusão do escritor na lista dos bloquistas foi bastante publicitada, mas até agora ainda ninguém o viu…